No Saco, o mar anda colecionando
Postes, arames e figuras de céu.
O vento, lá, discursa arrebóis
E anedotas,
Enquanto a água bebe
Vagarosa
O mar.
As pedras, elas embaraçam o riso
Dessa mesma sedenta água
(Agora ejetada, una, lúcida – alada)
E o sol, que tem por predileto o beijo
Da enseada,
Lentamente galga a metálica escada
Do lusco-fusco...
Aí se acaba o compromisso das gaivotas
E as nossas pálpebras abraçam
O decalque de imagens registradas
A guache:
A fotografia a alma invade
Depois de abertas as comportas
Da tesa saudade.
Ian Viana, 02 de outubro de 2011