(A Nize, como em muitos e tantos)
Quando alcancei o chão
no século dos teus olhos,
vi, já sentada,
a nossa casa.
Ian Viana, 05 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Orgasmo ao revés
Tenho gosto por ejaculação
De idéias
E
Às vezes
Gozo
Feito um desejetor dessas:
Tudo recolho à costura do âmago.
Pois
Nem sempre elas,
Essas idéias,
Traduzem espermas:
São,
Por vezes,
Infecundas.
Nausea-
bundas.
Inconcessíveis cerdas.
Ian Viana, 03 de novembro de 2011
De idéias
E
Às vezes
Gozo
Feito um desejetor dessas:
Tudo recolho à costura do âmago.
Pois
Nem sempre elas,
Essas idéias,
Traduzem espermas:
São,
Por vezes,
Infecundas.
Nausea-
bundas.
Inconcessíveis cerdas.
Ian Viana, 03 de novembro de 2011
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
No útero do ano
O ano chega-se lento.
Vem de dentro do tempo, vem
Do bojo do vento
Tentando despir-se
De humanos excrementos.
Vem
Com um pássaro fosforescente
Banhado de verde luz,
Sobrevoando impassível o mar,
Sem saber-se verde,
Apenas misturado à fumaça
Branda das areias aladas;
Apenas esmerada ave
No seu deslabor diário.
Homens alheios ao pássaro e ao mar são maquiados
Pelo sulco de copiosas esperanças:
Querem um ano-dança
Sem lograr acompanhar os passos
Do coreógrafo e preterido mar
(Aguado de notas dançarinas
Feito serpentinas epilépticas a espumar).
Perto, numa casa,
Um menino arruma-se de dentes
Entre tantos inexatos e abrumados entes.
(Mais luzes faíscam no útero do ano.)
Acesas, novas
Luzes trabalham,
Quase fabris,
Sem direito a descanso
E a serviço dos homens.
Ao passo que a irmã luz verde
Antes comida pelo pássaro, come,
Tênue, a enseada pavimentada de mastros.
É tempo: galgo todas as horas
Não chegadas e sinto (por ir-
Racionalmente querer) no tempo ainda morto e fundo
O cinto da alma lançando-se
Ao sino da vida sedenta
Que entra entrando-me nas entranhas
Pelas pútridas e lúcidas ventas.
Ian Viana, 31 de dezembro de 2011
Vem de dentro do tempo, vem
Do bojo do vento
Tentando despir-se
De humanos excrementos.
Vem
Com um pássaro fosforescente
Banhado de verde luz,
Sobrevoando impassível o mar,
Sem saber-se verde,
Apenas misturado à fumaça
Branda das areias aladas;
Apenas esmerada ave
No seu deslabor diário.
Homens alheios ao pássaro e ao mar são maquiados
Pelo sulco de copiosas esperanças:
Querem um ano-dança
Sem lograr acompanhar os passos
Do coreógrafo e preterido mar
(Aguado de notas dançarinas
Feito serpentinas epilépticas a espumar).
Perto, numa casa,
Um menino arruma-se de dentes
Entre tantos inexatos e abrumados entes.
(Mais luzes faíscam no útero do ano.)
Acesas, novas
Luzes trabalham,
Quase fabris,
Sem direito a descanso
E a serviço dos homens.
Ao passo que a irmã luz verde
Antes comida pelo pássaro, come,
Tênue, a enseada pavimentada de mastros.
É tempo: galgo todas as horas
Não chegadas e sinto (por ir-
Racionalmente querer) no tempo ainda morto e fundo
O cinto da alma lançando-se
Ao sino da vida sedenta
Que entra entrando-me nas entranhas
Pelas pútridas e lúcidas ventas.
Ian Viana, 31 de dezembro de 2011
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